21º Prêmio da Música Brasileira homenageia Dona Ivone Lara

11/08/2010 12:18

21º Prêmio da Música Brasileira homenageia Dona Ivone Lara e divulga indicados

 

Maria Bethânia sai na frente e concorre em sete categorias. Cerimônia

no Theatro Municipal carioca terá homenagem a  Dona Ivone Lara

 

 

 

O Prêmio da Música Brasileira anunciou hoje a lista de indicados à sua vigésima primeira edição. São 105 nomes, selecionados a partir dos 695 CDs e 103 DVDs inscritos, e distribuídos em 16 categorias, numa ampla radiografia da produção fonográfica nacional. A cerimônia de entrega do Prêmio volta este ano ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia 11 de agosto, com homenagem àquela que é a síntese da nobreza do samba, a carioca Dona Ivone Lara, de 88 anos.

 

Após ter sido realizado em 2009 apenas por conta do empenho pessoal de seu idealizador, José Maurício Machline, com a colaboração gratuita dos artistas e técnicos envolvidos, o Prêmio da Música Brasileira ganhou este ano um novo parceiro:  a Vale, que passa a ser a patrocinadora oficial do evento. “A Vale é uma empresa preocupada com os valores da cultura produzida neste país e ter o seu patrocínio reiterou a importância do Prêmio para a produção musical brasileira. Desde que surgiu, em 88, o Prêmio se consolidou como a maior distinção dada aos talentos nacionais”, enaltece Machline. A realização é da Aktuell, com estratégia online da Agência AK.

 

 

Este ano, está de volta a categoria Voto Popular, para melhor cantor e cantora. A votação terá início no dia 08 de julho no site oficial www.premiodemusica.com.br

e o vencedor também será anunciado na cerimônia.  

 

Com sete indicações, Maria Bethânia lidera a disputa este ano com dois trabalhos, ‘Encanteria’ e ‘Tua’. Pelo CD ‘Encanteria’, a baiana concorre como Melhor Disco e Melhor Cantora, na Categoria MPB, Melhor Projeto Visual e Melhor Cantora/Voto Popular, além de ter duas faixas deste álbum indicadas à Melhor Canção, a música título, de Roque Ferreira, e ‘Feita na Bahia’, de Paulo César Pinheiro. Bethânia domina esta categoria concorrendo também à Melhor Canção com ‘Saudade’, de Chico César e Moska, presente no CD ‘Tua’.

 

O segundo lugar na lista é de Ney Matogrosso, com quatro indicações, pelo CD ‘Beijo Bandido’: Melhor Disco e Melhor Cantor de MPB, Melhor Cantor/Voto Popular e Melhor Projeto Visual. Já a medalha de bronze registrou um empate sêxtuplo. Por ‘Zii e Zie’, Caetano Veloso concorre a Melhor Cantor e Melhor Disco Pop/Rock/Reggae/Hip hop/funk, além de Melhor Cantor/ Voto Popular. Rita Ribeiro também tem três indicações, pelo CD ‘Tecnomacumba a tempo e ao vivo’: Melhor Cantora e Melhor Disco Canção Popular e Melhor Cantora/Voto Popular. Na mesma categoria, Zeca Baleiro aparece como Melhor Cantor e Melhor Disco, além de Melhor Cantor/Voto popular, por ‘O coração do homem-bomba ao vivo mesmo’.

 

Ainda no terceiro lugar, disputam João Bosco: Melhor Cantor e Melhor Disco de MPB (‘Não vou pro céu, mas já não vivo no chão’) e Melhor Cantor/Voto Popular e Zélia Duncan, concorrendo a Melhor Cantora Voto/Popular, Melhor Cantora e Melhor Disco de Pop/Rock/Reggae/Hip hop/funk, com ‘Pelo sabor do gesto’.

 

Por fim, dois álbuns receberam indicação tripla: ‘Afro samba jazz – a música de Baden Powell’, de Mario Adnet e Phillippe Baden Powel, que concorre a Melhor Disco Instrumental, além de ter rendido indicações a seus dois realizadores, na categoria Melhor Arranjador; e ‘Luz da Aurora’, de Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, que disputam como Melhor Solista, mas podem dividir o Prêmio de Melhor Disco Instrumental.

 

Como já é uma tradição no Prêmio, o Rio de Janeiro dispara no número de indicações, com um total de 43, seguido por São Paulo, com 15, Bahia, com 14, e Minas Gerais, com 9. Entre as gravadoras, a Biscoito Fino continua na ponta, desta vez totalizando 21 nominações, seguida pela Universal, com 11, e a EMI, com 10, mesmo número que somam os lançamentos independentes.

 

Prêmio promove concurso em homenagem à Dona Ivone Lara

 

Este ano, o Prêmio da Música Brasileira presenteará os fãs de Dona Ivone Lara através de um concurso que escolherá a melhor versão para uma obra da grande sambista. O regulamento completo está no site oficial www.premiodamusica.com.br/blog. Os interessados podem enviar um vídeo onde interpretam um sucesso de Dona Ivone Lara, com arranjo e formação musical a critério dos candidatos.

 

O concurso contemplará duas categorias: uma voltada para o público geral e uma outra exclusiva para os funcionários da Vale. O grande vencedor de cada categoria receberá um prêmio especial no valor de R$ 9.600, em títulos de capitalização, e um troféu na noite da celebração, ao lado dos grandes nomes da música brasileira. Serão escolhidos três finalistas e o vencedor será conhecido apenas na cerimônia.

 

A cerimônia de premiação terá cenografia e direção de arte de Gringo Cardia, roteiro de Aloísio de Abreu, figurinos de Sonia Soares e direção musical de Rildo Hora. A direção geral de é de José Maurício Machline.

 

Criado em 1988, O Prêmio da Música Brasileira vem, desde então, prestigiando uma das mais ricas formas de expressão artística do país, respeitada e reverenciada em todo o mundo. O Prêmio não apenas referenda os grandes intérpretes, músicos e compositores já consolidados, como aponta para novos talentos e dá abrangência nacional a carreiras com expressão de alcance regional.

 

O Sistema de votação

 

O corpo de jurados de CDs é composto por 21 integrantes, com nomes como Dudu Falcão, Marcelo Janot, Claudio Jorge, Altay Veloso e os jornalistas Sérgio Cabral, Artur Xexéo, Nelson Gobbi, Mauro Ferreira, Marcus Preto e Lauro Lisboa Garcia, entre outros. Para analisar a categoria DVD foram escolhidos seis jurados, dentre eles, Gabriela Gastal e Homero Olivetto. Os três mais votados em cada categoria são indicados ao Prêmio da Música Brasileira.

 

Todos tiveram acesso a um sistema de votação 100% informatizado. Através do site, os jurados ouviram os trabalhos concorrentes, obtiveram as informações detalhadas sobre cada lançamento e puderam votar. O júri é formado ainda por músicos, o que permite que um integrante seja também um concorrente. Neste caso, ele não vota na  categoria da qual participa.

 

Para eleger aos finalistas, o júri fez uma pré-seleção de 423 CDs e 48 DVDs dentre os 695 CDs e 103 DVDs recebidos, incluindo tanto os trabalhos de gravadoras nacionais e multinacionais quanto aqueles distribuídos de forma independente ao longo de 2009 em todo o país. O foco não é apenas nos lançamentos em CD, mas também nos novos formatos e configurações da indústria, como mp3s, downloads, etc.

 

O Prêmio da Música Brasileira possui um Conselho Deliberativo, que determina as regras, define o júri e o homenageado de cada edição. Ele é composto pelos músicos Gilberto Gil, João Bosco, Wanderléa e Paulo Moura, o crítico musical Zuza Homem de Mello, o jornalista Antônio Carlos Miguel, a diretora executiva de Recursos Humanos e Serviços Corporativos da Vale, Carla Grasso, além do idealizador do Prêmio, José Maurício Machline.

 

Desde o ano de sua criação, quando homenageou Vinicius de Moraes, o Prêmio enaltece um artista brasileiro, que serve como fonte para o roteiro e repertório do show da cerimônia de entrega. Já foram homenageados, pela ordem, Dorival Caymmi, Maysa, Elizeth Cardoso, Luiz Gonzaga, Ângela Maria & Cauby Peixoto, Gilberto Gil, Elis Regina, Milton Nascimento, Rita Lee, Jackson do Pandeiro, Maria Bethânia, Gal Costa, Ary Barroso, Lulu Santos, Baden Powell, Jair Rodrigues, Zé Ketti, Dominguinhos e Clara Nunes.

 

A Vale

 

Para a Vale, mineradora presente nos cinco continentes, este patrocínio está em linha com sua política de apoio às manifestações culturais das regiões onde atua. “Esta iniciativa reforça nosso compromisso com a valorização da cultura nos países onde atuamos. Estamos muito felizes em associar a nossa marca a esta premiação que já é referência no meio cultural brasileiro”, afirma Carla Grasso, diretora executiva de Recursos Humanos e Serviços Corporativos da empresa.

 

No Brasil, a Vale atua como um importante agente de estímulo à cultura, associando sua marca a projetos que utilizam a arte para sensibilizar e formar públicos, oferecer diversão e também conhecimento.   

 

Dona Ivone Lara

 

Se o samba fosse uma monarquia, certamente Dona Ivone Lara seria sua rainha. Mais legítima representante do matriarcado no samba, seu primeiro contato com a música, contudo, passou longe do ritmo que a consagrou. Foi aluna de Lucila Guimarães, primeira esposa de Villa-Lobos, tendo cantado sob a regência do maestro. Logo depois,  aprendeu a tocar cavaquinho e se casou com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, futura Império Serrano. E justamente na sua escola de coração, veio a consagração com ‘Os cinco bailes da história do rio’, de 1965, quando se tornou a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma agremiação.

 

Mesmo com a carreira artística consagrada, Dona Ivone nunca abandonou a enfermagem – com especialização em terapia ocupacional – e seguiu na profissão até sua aposentadoria, em 1977, quando passou a se dedicar exclusivamente à música. A gravação do primeiro disco, ‘Samba, minha verdade, minha raiz’ só aconteceu em 1979, impulsionada pela explosão de ‘Sonho meu’, em dueto histórico de Maria Bethânia e Gal Costa.

 

Dona Ivone Lara compôs inúmeros clássicos como ‘Alvorecer’, ‘Sonho meu’, ‘Alguém me avisou’, ‘Sorriso Negro’, entre outros, e foi gravada pelos principais intérpretes brasileiros, como Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte, Clara Nunes, Beth Carvalho, Alcione e Paulinho da Viola, entre tantos outros. A rainha tem um séquito fiel e que só aumenta, ano após ano.

 

 

INDICADOS PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA 2010

 

 

CATEGORIA ARRANJADOR

 

                ARRANJADOR                    

 

                              

                

  •  
  • Mario Adnet por ‘Afro samba jazz- a música de Baden Powell’ - Mario Adnet E Philippe Baden Powell       
  •  
  • Mauricio Carrilho por ‘Brasileiro Saxofone’ - Nailor Proveta   
  • Philippe Baden Powell por ‘Afro samba jazz - a música de Baden Powell’ - Mario Adnet e Philippe Baden Powell                      
  •                 

CATEGORIA CANÇÃO

                MELHOR CANÇÃO

                              

  •  
  • ‘Encanteria’, de Paulo César Pinheiro - intérprete Maria Bethânia (CD ‘Encanteria’)
  •  
  • ‘Feita Na Bahia’, de Roque Ferreira -  intérprete Maria Bethânia (CD ‘Encanteria’)
  •  
  • ‘Saudade’, de Chico César e Paulinho Moska - intérprete Maria Bethânia (CD ‘Tua’)                         

CATEGORIA PROJETO VISUAL

                ARTISTA

  •  
  • Manacá, disco ‘Manacá’ - Retina 78              
  •  
  • Maria Bethânia, disco ‘Encanteria’ -  Gringo Cardia    
  •  
  • Ney Matogrosso, disco ‘Beijo Bandido’ - Ocimar Versolato     

                         

CATEGORIA REVELAÇÃO ARTISTA

  •  
  • Alexandre Gismonti Trio                 
  • Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz                     
  •        
  •  
  • Maria Gadú                         

 

CATEGORIA CANÇÃO POPULAR

                  MELHOR DISCO

                              

                

  •  
  • ‘Autorretrato’, de Kleiton E Kledir, produtor Paul Ralphes                      
  •  
  • ‘Tecnomacumba a Tempo e ao Vivo’, de Rita Ribeiro, produtores Israel Dantas e Rita Ribeiro       
  • ‘O Coração do Homem_ Bomba ao Vivo Mesmo’, de  Zeca Baleiro, produtor Isabelli Maciel                        
  •   

 

 

MELHOR DUPLA

                              

                

  • Edson e Hudson (‘Despedida’)                 
  •        
  •  
  • Victor e Leo (‘Ao Vivo e em Cores em São Paulo’)
  •  
  • Zezé Di Camargo & Luciano (‘Duas Horas de Sucesso ao Vivo’)

                                                                   

                

MELHOR GRUPO

                              

                

  • Dna  (‘Pode Acreditar’)                   
  •  
  •  
  • San Marino (‘Simples, mas Autêntico’)
  •  
  • Trilogia (‘Jogatina’)

                

                

MELHOR CANTOR

                              

                

  •  
  • Cauby Peixoto (‘ Cauby Interpreta Roberto’)
  •  
  • Fagner (‘Uma Canção no Rádio’)
  •  
  • Zeca Baleiro (‘O Coração do Homem_ Bomba ao Vivo Mesmo ‘)

                      

                

MELHOR CANTORA

                              

                

  •  
  • Patricia Mellodi (‘Pacote mais que Completo’)
  •  
  • Paula Fernandes (‘Pássaro de Fogo’)
  •  
  • Rita Ribeiro (‘Tecnomacumba a Tempo e ao Vivo’)

 

 CATEGORIA INSTRUMENTAL

                MELHOR DISCO

                              

                

  •  
  • ‘Saudade Do Cordão’, de Guinga e Paulo Sérgio Santos, produtor Mario de Aratanha                     
  •  
  • ‘Afro Samba Jazz - A Música de Baden Powell’, de Mario Adnet e Philippe Baden Powell, produtores Mario Adnet e Philippe Baden Powell                     
  •  
  • ‘Luz da Aurora’, de Yamandu Costa e Hamilton de Holanda, produtores Yamandu Costa e Hamilton de Holanda                     

                         

                

MELHOR SOLISTA

 

  •  
  • Altamiro Carrilho (‘Primeira Noite em Niterói’ – ‘Segunda Noite em Niterói’)
  •  
  • Hamilton de Holanda (‘Luz da Aurora’)
  •  
  • Yamandu Costa (‘Luz da Aurora’)