Ações Afirmativas do Brasil são destaque no Congresso Mundial dos Afrodescendentes em Honduras

16/08/2011 12:23

Ações Afirmativas do Brasil são destaque no

 

Congresso Mundial dos Afrodescendentes em Honduras

 

Portal Áfricas

 

Afrodescendentes de todo mundo se reunirão de 18 a 20 de agosto em Honduras no Congresso Mundial dos Afrodescendentes, organizado pela Organização das Nações Unidas, para reclamar o fim do racismo e igual acesso à justiça, à saúde, à moradia, ao emprego e ao financiamento.

 

O encontro, promovido pela ONU no Ano Internacional dos Afrodescendentes, será realizado no caribenho porto da Ceiba, 450 quilômetros ao norte de Tegucigalpa.

 

O ministro das Etnias de Honduras, Luis Green, confirmou a presença de 657 delegados de 32 países, que advogarão porque os Estados combatam o racismo e todas as formas de discriminação racial.

As comunidades também reclamam que os governos garantam o pleno acesso à justiça e o castigo para pessoas e instituições que violarem seus direitos humanos e coletivos, segundo o projeto de Declaração da Ceiba, que se analisa prévio à cimeira, a primeira de seu tipo na órbita.

 

Solicitam, ademais, “que os Estados e os organismos regionais e internacionais adotarem medidas afirmativas para assegurar o acesso aos avanços nos campos de educação, saúde, moradia, emprego, rendimentos e acessos a sistemas de financiamento e crédito, alimentação, tecnologias da informação e comunicações, cultura e processos políticos”.

 

A sessão 64 da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas designou a 2011 como no “Ano Internacional dos e as Afro-descendentes”, para fortalecer medidas que beneficiem a esta etnia.

Em Honduras, neste ano cumpriram-se 214 anos da presença afro-descendente, cujos membros são conhecidos como Garífunas e ainda vivem na pobreza, carecem de serviços básicos, e lutam por manter sua língua, gastronomia, práticas religiosas, dances e outros costumes.

 

As sessões do encontro serão inauguradas pelo presidente hondurenho, Porfirio Lobo Simão Souindoula membro do Comité Cientifico do emblemático Projeto da UNESCO “A Rota do Escravo” viaja da capital angolana Luanda, na próxima terça-feira (16/8), para Las Ceibas, costeira ao Mar das Caraíbas, como convidado especial do Comitê de Organização do Congresso Mundial dos Afrodescendentes.

 Durante sua participação no evento, inédito, o especialista angolano intervirá numa palestra onde ele irá abordar a importância do projecto iniciado pelo Triangulo Kanawa Mussulo, “As Rotas angolanos da Escravatura e o turismo de memória dos Afrodescendentes”.

 

Ele destacará  o conjunto das ações afirmativas desenvolvidas em vários países latino-americanos tais como na Argentina, no Brasil e no Peru, assim como as vantagens para os antigos “palanqueros” da integração regional, o estado das relações entre os afrodescendentes e os ameríndios.

 

Simão Souindoula insistira sobre as ofertas turísticas que podem propor a Iniciativa baseada no bairro luandense de Benfica aos afroamericanos e afrocaribenhos, cuja quase a metade reivindicam, invariavelmente, raízes congo/angola.

 

Com efeito, o atual território angolano, verdadeiro paraíso escravagista, foi reinado de centenas de pistas caravanistas que desembocavam, entre outros locais de embarque, na baía de Cabinda, na foz do rio Zaire, na península de Mussulo e na localidade de Benguela-a-Velha e na pantanosa cidade de São Filipe de Benguela.

 

O tenaz perito da UNESCO participara, igualmente, com o restante das centenas de participantes ao evento, de diversa quadrante, entre os quais ativistas sociais e políticos, funcionários públicos, diplomatas, juristas, economistas, religiosos, pedagogos, médicos, agrônomos, antropólogos, nos decisivos debates que serão organizados a volta da atual situação dos “Danados” do continente americano e do conjunto insular caribenho.