16 a 24/11 - Mostra Internacional do Filme Etnográfico chega à sua 15 edição no Rio

24/11/2011 19:00
Mostra Internacional do Filme
Etnográfico chega à sua 15 edição no Rio
SRZD

A Mostra Internacional do Filme Etnográfico chega à sua 15ª edição e acontece de 16 a 24 de novembro, esse ano com sede no Museu da República, no Catete. A entrada é franca em todas as sessões, cabines e atividades, incluindo o disputado "Fórum de Cinema e Antropologia" e seus debates, seminários e mesas-redondas com realizadores brasileiros e estrangeiros. Além disso, sessões ao ar livre, para alunos da rede pública, oficinas, um workshop, encontros e homenagens também estão programados. Na noite de abertura, que acontecerá no Sesc Flamengo a partir das 19h, será exibido "O manuscrito perdido", filme do jovem diretor português Jose Barahona.

Neste ano foram mais de 300 trabalhos inscritos, dos quais foram selecionados 101 produções, 75 nacionais e 26 estrangeiros e ainda filmes convidados.

Voltada para a construção de um olhar sobre a diversidade das culturas, focada no chamado "cinema etnográfico", a Mostra se destaca no cenário de festivais de documentários desde 1993. Afinal, além de gratuita, valoriza não só a exibição dos filmes como também seu debate e a conexão com trabalhos e pesquisas na área. Inclui produções do circuito comercial e outras acadêmicas, dos movimentos sociais, experimentos artísticos, com espaço aberto a inovações de linguagem e reflexões.
Filmes

Uma das características mais fortes da Mostra Etnográfica é a amplitude de temas. Nas sessões, o público terá contato com a riqueza cultural representada por vários estados brasileiros e 16 diferentes países. Essa edição trás muitos documentários inéditos, como "Seu Cavaco, Dom Bandolim e o choro de Mestre Duduta na rainha da Borborema", sobre o chorinho na Paraíba; "Procurando Madalena", que investiga a origem da música "Madalena do Jucu", de Martinho da Vila; "O vento da liberdade", que investiga a cultura cigana, suas tradições e sonhos; "Bicicletas deNhanderú", de Ariel Ortega e Patrícia Ferreira; e "O Morro da Mangueira como é", que opta pelo olhar das crianças para falar sobre a comunidade carioca.

Alguns documentários já contam com uma trajetória de sucesso vinda de outros festivais, como é o caso de "Terra deu, terra come", de Rodrigo Siqueira; "Marcelo Yuka: no caminho das setas" (Daniela Broitman); "Luz, câmera, pichação" (Gustavo Coelho, Marcelo Guerra, Bruno Caetano); "A falta que me faz" (Marília Rocha); "As hiper mulheres" (Leonardo Sette, Carlos Fausto, Takumã Kuikuro); e "As batidas do samba" (Bebeto Abrantes).
Entre os estrangeiros, há realizadores já familiares à Mostra, como o famoso casal David e Judith MacDougall, da Austrália, com seu último filme "Awareness"; a inglesa Kim Lomginotto, que apresenta desta vez "Pink saris", filmado na Índia; a búlgara Adela Peeva, com "I dream of mummers", sobre a música tradicional de seu país; e Hugo Zemp, com "Polyphony of Ceriana: The Campagnia Sacco", sobre corais na Itália.
Atividades

Diante da perspectiva de informação e formação, a Mostra sempre está atrelada a workshops e atividades do Fórum de Cinema e Antropologia, além do projeto educativo. Nesta edição, entre os dias 19 e 21 de novembro, o workshop será com Ângela Torresan, professora do Granada Centre for Visual Anthropology, da Universidade de Manchester, Inglaterra, centro de excelência no campo da Antropologia Visual. A atividade é aberta a realizadores e ouvintes, com inscrições prévias e tem como objetivo oferecer a pesquisadores e novos cineastas interessados no documentário etnográfico uma oportunidade de refletir sobre seu material bruto filmado e definir um roteiro para o projeto. Haverá um projeto escolhido ao final do laboratório, que será premiado com a finalização.

 

Entre alguns dos convidados já confirmados para participar de mesas redondas, estão Rolf Husmann, diretor do Festival de Gothingan (Alemanha) e do filme "The Professional Foreigner: Asen Balikci and Visual Ethnography"; Nora Bateson, diretora de "An ecology of mind"; Emmanuel Grimaud, diretor de "Kings of the beetle"; Takumã Kuikuro e Leonardo Sette, diretores de "As hiper mulheres"; Chico Guariba, diretor de "Os Japoneses no Vale do Ribeira"; Rose Satiko, diretora de "Lá do Leste"; Carlos Alberto de Mattos, crítico de cinema; e Joel Pizzini, diretor de "Elogio da graça". Essa edição homenageará a antropóloga, poetisa e escritora Lélia Coelho Frota com uma sessão especial, dia 18, com documentários sobre cultura popular, com a presença de Claudia Márcia Ferreira, diretora do CNFCP e do antropólogo Gilberto Velho.

O último dia da Mostra terá um evento musical. Nos jardins do Palácio do Catete, o "Passinho do Menor" como vem sendo conhecidas as performances de dança de jovens das favelas da cidade, terá uma apresentação a partir das 18h30. Eles misturam os vários estilos e tradições e fazem danças que se popularizaram pela web. É a Mostra ouvindo a cultura das ruas que, em seguida, ganha também as telas.

Além das exibições no Museu, a Mostra terá uma itinerância com a Ascine - Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro para circular por diversos cineclubes na cidade e no estado do Rio. Realiza o projeto Educativo ETNOCINE, com escolas da rede pública agendadas para exibição de filmes.

É sempre importante lembrar que o público tem acesso a todos os filmes em cabines de visionamento individuais ou em pequenos grupos - no Museu da República - tendo a disposição ainda os filmes das duas edições do Etnodoc - Edital para documentários etnográficos lançados em edições anteriores da Mostra, pela Acamufec.

No encerramento, dia 24 de novembro (Cinema Estação SESC Rio, na Rua Voluntários da Pátria, 35), serão entregues aos vencedores os prêmios Manuel Diégues Júnior, oferecido pelo CNFCP/IPHAN (R$ 4 mil para cada uma das três categorias); o Prêmio TV Brasil (R$ 14 mil, R$ 8 mil e R$ 5 mil para longa, média e curta-metragem, respectivamente); o Prêmio ABDeC (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas); e o Prêmio OCIC (Organização Católica Internacional de Cinema).