30/09- As Águas de São Paulo

26/09/2012 18:30

Evento em defesa da liberdade religiosa tem ato solene dia 26, às 18h30,

na Assembleía Legislativa de São Paulo,

Amalá das Aguas dia 29 e Marcha no dia 30 de setembro

O evento cultural  e religioso As Águas de São Paulo prepara a sua sexta edição, marcada para 30 de setembro de 2012, com marcha pacífica e apresentações culturais no Vale do Anhangabaú. O objetivo é lutar contra a intolerância religiosa sofrida pelos praticantes e adeptos dos cultos afros

Idealizado pela Iyalorixá Edelzuita de Oxaguiã do Gantois, filha espiritual da mais famosa mãe de santo que o Brasil conheceu: Mãe Menininha do Gantois, o evento foi criado para expandir a importância do “Dia Nacional de Tradições de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, Umbanda e seus Segmentos” (30/9)*. O cortejo religioso difunde as tradições africanas na cidade e reúne todos os anos centenas pessoas. Também é realizada a lavagem da estátua da Mãe Preta, no Largo do Paissandu.

As Águas de São Paulo, além de ser uma forma de disseminar as tradições africanas, é uma manifestação cultural de valor incontestável.

 

A marcha Águas de São Paulo que representa uma manifestação pacifica vai além das religiões de matriz africana, pois insere cultura negra e presta homenagem importante a Mãe Preta que representa principalmente as mulheres negras de todo o país, marca também uma história triste do negro escravizado ao mesmo tempo em que coloca as pessoas a refletirem sobre o racismo velado ainda existente e uma análise do processo de conquista da população negra.

As conquistas devem vir de construções como essa, com tanto racismo e intolerância religiosa seria um grande orgulho termos São Paulo vestida nas cores de Oxalá.

Mãe Preta


A estátua da Mãe Preta é uma homenagem às antigas mães de leite e, por extensão, à população afro-brasileira, pois ela simboliza o “seio mãe” - as escravas que aleitavam os brancos, filhos de seus senhores.

Implantado em 1955, na praça do Largo Paissandu, no centro da cidade de São Paulo, o monumento à Mãe Preta foi tombado pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), pelo seu valor cultural. É obra do escultor, professor de escultura e pintor Júlio Guerra (1912/2001).

O monumento é importante para os adeptos dos cultos afro por ser um dos primeiros lugares da cidade de São Paulo adotado pela comunidade negra para adoração de seus deuses. No cortejo religioso d’As Águas de São Paulo é feita a lavagem da estátua da Mãe Preta, com água de rosas brancas, para celebrar a construção da identidade racial e da identidade religiosa.

A Mãe Preta fica localizada ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, criada por ex- escravos que não podiam frequentar todas as igrejas da época e consagrada em 1906.

Maiores informações:

Site: https://www.aguasdesp.com.br

https://www.facebook.com/aguasdesp

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