CEEE investe em ações sociais através da reciclagem

13/09/2010 13:52

CEEE investe em ações sociais através da reciclagem

Madeira, ferragens e uniformes usados dão origem a novos produtos

Ilustração: Umicore


O emprego da reciclagem está possibilitando uma perspectiva inovadora na gestão social e ambiental das empresas do Grupo CEEE. Caixas e uniformes, que teriam como destino o descarte em aterros estão dando origem a prateleiras, bolsas, mantas e gravatas, gerando trabalho e renda a diversas comunidades carentes do Estado. A iniciativa faz parte de uma concepção que atende a princípios de sustentabilidade, como o da produção limpa, segundo o qual a responsabilidade do fabricante perpassa todo o ciclo de vida de um produto.

Uma das boas práticas da Companhia nessa área está sendo desenvolvida pela Divisão de Administração Geral da  Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) o que irá evitar o descarte de madeira e engradados de transformadores no meio ambiente. O auxiliar técnico administrativo Daviter Luiz Mello Pinho é o coordenador do projeto “Triagem e Recuperação”, cujo objetivo é selecionar e recuperar embalagens de materiais comprados pela CEEE, que teriam como destino a venda em leilão como sucata, e, mediante avaliação técnica, reaproveitá-los no transporte e armazenagem de produtos. Madeira, pregos e ferragens, provenientes de paletes utilizados no transporte de transformadores de distribuição e de potência, são reaproveitados e transformados em caixas, estantes e prateleiras.

O projeto é uma prática de Logística Reversa, que consiste na retirada de produtos novos ou usados a partir de seu ponto inicial na cadeia de suprimento, como devoluções de clientes, inventário excedente ou mercadoria obsoleta, e redistribuí-los através de regras de gerenciamento de materiais. A Logística Reversa possibilita a maximização do valor dos itens ao final de sua vida útil. O macro processo do reaproveitamento das caixas e paletes tem início no recebimento das embalagens, seguido por sua desmontagem e adequação do tamanho das madeiras, bem como serragem, montagem e colocação de pregos.

A inspiração surgiu a partir da observação de trabalhos semelhantes realizados em outras empresas do setor elétrico, exemplos  bem sucedidos que resultaram no barateamento dos custos operacionais. “Caso as caixas não fossem reaproveitadas, haveria o custo do tempo de armazenamento e do transporte e o produto ainda seria leiloado a um custo baixíssimo. Calculamos que, somente com a reutilização de madeiras, iremos economizar em torno de R$ 5 mil até o final deste ano”, estipula Valter Tetsuo Tanaka, auxiliar administrativo do DAG. Até o momento, já foram confeccionadas 25 caixas pequenas, que possibilitam o transporte de sucata, e sete grandes, usadas na entrega de material a obras e ao Armazém Berto Círio. O aproveitamento do produto está beneficiando os departamentos de Planejamento e Controle de Estoques e o de Grandes Clientes e Perdas Comerciais.

Uniformes já utilizados pelos eletricistas da CEEE, que teriam como destino o  simples descarte, estão auxiliando comunidades  de baixa renda e  a preservação do meio ambiente. A Companhia assinou este ano convênio com o Programa Envolva-se do SESC-RS, gerenciado na empresa pela Coordenadoria de Sustentabilidade. Problemas como a necessidade de substituir semestralmente os uniformes dos empregados e os custos gerados pelo descarte destes materiais deram origem a oportunidades, como a viabilização de um canal de comunicação entre a empresa e a comunidade e a operacionalização da responsabilidade social da empresa.

Doadas em junho à Associação Liga de Amparo aos Necessitados (Alan), as 93 peças – cem quilos de uniformes – foram aproveitadas na confecção de bolsas, mantas, gravatas, sacolas para tênis e segura-portas. Por meio da assinatura de um termo de cooperação com a CEEE, o SESC-RS se comprometeu a retirar integralmente as logotipias dos uniformes doados. Elas foram devolvidas à Empresa, no último dia 24, por Fabiane Gasparini, assistente social e agente comunitária do SESC-RS e serão descartadas no Armazém Berto Círio. Os uniformes foram utilizados em oficinas de customização com crianças, adolescentes e mulheres atendidas pela Alan.

Além de voluntários, que auxiliam com ações educativas, e de organizações doadoras de serviços e produtos, cerca de 30 empresas participam do Programa Envolva-se através da doação de matérias-primas, como retalhos, aviamentos, peças de vestuário sem valor comercial e máquinas de costura. Além da customização de roupas, o Programa Envolva-se ainda promove oficinas de corte e costura, pintura em tecido e artesanato em geral. A Alan é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, mantida por convênios, padrinhos e doações que atende, em média, a 500 pessoas diariamente, entre crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. A entidade abriga uma creche e desenvolve projetos sociais com crianças e adolescentes da Sociedade de Assistência Social e Educacional (SASE) e famílias em situação de vulnerabilidade social.