Esclarecimentos sobre o livro “Por uma vida melhor”, para Educação de Jovens e Adultos

20/05/2011 17:37

Esclarecimentos sobre o livro

“Por uma vida melhor”,

para Educação de Jovens e Adultos


Uma frase retirada de seu contexto na obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando intensa repercussão na mídia. Diante da enorme quantidade de informações incorretas ou imprecisas que foram divulgadas, a Ação Educativa se coloca à disposição dos órgãos de imprensa para promover um debate mais qualificado, e esclarece:

 

1.      “Escrever é diferente de falar”. Como o próprio nome do capítulo indica, os autores se propõem, em um trecho específico do livro, a apresentar ao estudante da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) as diferenças entre a norma culta e as variantes que ele aprendeu até chegar à escola, ou seja, variantes populares do idioma.

2.      Os autores não se furtam, com isso, a ensinar a norma culta. Pelo contrário, a linguagem formal é ensinada em todo o livro, inclusive no trecho em questão. No capítulo mencionado, os autores apresentam trechos inadequados à norma culta para que o estudante os reescreva e os adeque ao padrão formal, de posse das regras aprendidas. Por isso, é leviana a afirmação de que o livro “despreza” a norma culta. Ainda mais incorreta é a afirmação de que o livro “contém erros gramaticais”.

3.      Para que possa aprender a utilizar a norma culta nas mais diversas situações, o estudante precisa ter consciência da maneira como fala. A partir de então, poderá escolher a melhor forma de se expressar. Saberá, assim, que no diálogo com uma autoridade ou em um concurso público, por exemplo, deve usar a variante culta da língua. Mas não quer dizer que deva abandoná-la ao falar com os amigos, ou outras situações informais. 

4.      É importante frisar que o livro é destinado à EJA – Educação de Jovens e Adultos. Ao falar sobre o tema, muitos veículos omitiram este “detalhe” e a mídia televisiva chegou a ilustrar VTs com salas de crianças.  Nessa modalidade, é necessário levar em consideração a bagagem cultural do adulto, construída por suas vivências e biografias educativas.

5.      O livro “Por uma vida melhor” faz parte do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o MEC promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas. O livro produzido pela Ação Educativa foi submetido a todas essas regras e escolhido, pois se adequa aos parâmetros curriculares do Ministério e aos mais avançados parâmetros da educação linguística. 

6.       A Ação Educativa tem larga experiência no tema, e a coleção Viver, Aprender é um dos destaques da área. Seus livros já foram utilizados como apoio à escolarização de milhões de jovens e adultos, antes de ser adotado pelo MEC, em vários estados. 

Conheça o livro! Leia o capítulo na íntegra, em anexo, ou clique aqui para baixá-lo em PDF


Leia também o posicionamento público da Ação Educativa sobre o caso (abaixo).

 

Contexto: outros trechos, do mesmo capítulo, não mencionados na cobertura da imprensa

 

“A língua escrita não é o simples registro da fala. Falar é diferente de escrever”

 

“Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes”

 

“A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”

 

“Algo semelhante ocorre quando falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal. Assim, os aspectos que vamos estudar sobre a norma culta podem ser postos em prática tanto oralmente como por escrito”

 

 

Fontes sobre o tema:
Para obter os contatos dos especialistas listados abaixo, fale com nossa Assessoria de Imprensa: (11) 3151-2333 ramal 160 (Ana) ou 170 (Fernanda)

 

Vera Masagão – Doutora em educação, Coordenadora Geral da Ação Educativa

Heloísa Cerri Ramos – uma das autoras do livro

Algumas fontes conceituadas no campo linguístico podem ser consultadas sobre o tema:

·         Marcos Bagno 
Doutor em Linguística pela USP e professor da UnB

·         Magda Becker Soares
Professora emérita da UFMG, especialista em alfabetização e letramento

 

·         Sírio Possenti 
Professor associado no Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-Unicamp)

 

·         Marco Antônio de Oliveira 
Doutor em Linguística pela Universidade da Pennsylvania, professor da PUC-MG

·         Egon Rangel de Oliveira
Professor do Departamento de Linguística da Faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC-SP

·         Rodolfo Ilari
Professor de semântica da Unicamp

·         Milton do Nascimento 
Doutor em Linguística pela Universidade de Paris VIII, St. Denis e professor de Linguística da PUC-MG

 

·         Maria Cecília Mollica 
Professora titular de Linguística da UFRJ

·         Ataliba de Castilho
Professor titular da Universidade de São Paulo (USP)

 

·         Maria José Nóbrega
Consultora especialista em ensino de língua portuguesa

 

·         ABRALIN – Associação Brasileira de Linguística