Ganhadores do Prêmio Gandhi falam da alegria de divulgar o Bem

03/06/2011 13:39

Ganhadores do Prêmio Gandhi falam

 da alegria de divulgar o Bem

Fotos:1 - prof. Souto e Ana Mary Cavalcante

2 - Luís Eduardo Girão e Liduína Saraiva

A Agência da Boa Notícia parabeniza a todos os jornalistas, publicitários e estudantes de Comunicação que inscreveram trabalhos para o Prêmio Gandhi de Comunicação 2011. Todos estão na jornada para a criação da Cultura de Paz em nosso mundo. Mundo que ainda precisa de limitações e regras para poder funcionar. Como concurso, o Prêmio Gandhi obedece a um regulamento que prevê ganhadores. Aqui, falam sobre o que representou ganhar o Prêmio, como enfrentam os desafios na divulgação da paz e a alegria que disso resulta.

Ana Mary Cavalcante, vencedora na categoria Profissional/Jornalismo Impresso, com a série de reportagens "O Amor e a Aids", publicada no jornal O Povo, diz que o Gandhi é um prêmio de muitos significados. "O primeiro está explícito: é o prêmio da boa notícia. E a possibilidade de dar uma boa notícia é o que me mantém no jornalismo". Ela cita outros significados mais subliminares. Para quem encara o jornalismo como missão, o Prêmio também a fez lembrar do sonho de mudar o mundo, quando entrou na Universidade Federal do Ceará, e aprendeu como ser ética em sua missão com professores como Ronaldo Salgado e Agostinho Gósson.

 

Embora não acredite numa mudança repentina e global, diz acreditar “em uma transformação gradual e permanente do mundo de cada um que vivencia a boa notícia do jornal - a começar por nós, jornalistas". Destaca, também, que o Gandhi era um prêmio que tinha vontade de ganhar “por um motivo simples: eu queria que mais pessoas conhecessem o João (e sua vontade invencível de amar), a Rosa e o Pescador (um amor que aconteceu), a Nazaré e seus amores sublimes. Anônimos e comuns que nos ensinam para sempre. E deu certo: de repente, eram eles que estavam ali, sendo aplaudidos”.

 

Para os futuros profissionais de Comunicação, o recado de Ana Mary é que “não percam essa vontade juvenil de mudar o mundo, de torná-lo melhor. E comecem a mudança de dentro para fora, permitindo que as pessoas que entrevistarem pelo caminho (esses sábios do cotidiano) passem a morar em vocês.”

 

Liduína Saraiva, da Rádio Jangadeiro, vencedora na categoria Profissional/Radiojornalismo, com a série intitulada “Cultura de Paz no Futebol, diz que foi “gratificante, profissionalmente, concorrer e, já na primeira participação, vencer o Prêmio Gandhi pelo simbolismo que ele  representa, por estimular a participação da mídia em  debates tão enobrecedores e de longo alcance social nesse caminho para concretizar uma Cultura de Paz no mundo".

Os desafios “são muitos”, reconhece Liduína. “Mas superados pelo trabalho sério e de conscientização. O rádio, no meu caso, possiblita a socialização de temas, campanhas e debates que contribuem para a promoção da tão sonhada Cultura da Paz”, afirma. Para os futuros comunicadores, recomenda que “façam da profissão um exercício diário de cidadania que estimule  a construção de uma sociedade mais justa, igual e solidária. Jornalismo se faz com ideias e ideais.”

 

Sabrina Aguiar, ganhadora da categoria Profissional/Telejornalismo com a “Série: Prosa da Paz”, veiculada pela TV Verdes Mares, revela que em doze anos de carreira foi a primeira vez que participou de um concurso de reportagem. “A estréia não poderia ter sido melhor! Ganhar o Prêmio Gandhi foi, portanto, muito representativo para a minha vida profissional e só aumentou minha vontade de continuar multiplicando boas notícias!”, declara.

 

A repórter acrescenta que, ao contrário dos que dizem que boas notícias não vendem, ela prefere estar no grupo dos jornalistas que “acreditam ser possível divulgar boas notícias que modificam pensamentos e multiplicam ações. Sempre haverá espaço para boas ideias e boas histórias.” Sua recomendação para os mais novos é: “Não treinem apenas o uso da caneta ou do microfone. Exercitem a desconstrução do velho e despertem novos pensamentos. Eles podem estar em grandes projetos e em pequenas ações. Antes de falar, é preciso ouvir mais e olhar mais; procurando não só entrevistados, mas também protagonistas. Quanto mais carregada de verdade, mais valiosa será a história.”

 

Miguel Anderson da Costa, ganhador na categoria Estudante - Trabalho de mídia eletrônica, pela Faculdade Sete de Setembro, considera que ganhar o Prêmio Gandhi de Comunicação, “é muito mais do que poder levar para casa um troféu e uma quantia em dinheiro. É saber a real importância que podemos sim, construir meios de comunicação que promovam a paz.”

Seu trabalho teve por base um projeto desenvolvido pelo Centro Cultural Bom Jardim, “que atravessa as barreiras e mostra que a paz é uma conquista bem próxima e não uma simples lembrança”. Gostou tanto do resultado que, desde já incentiva “estudantes, de jornalismo ou da publicidade, para participarem do Prêmio Gandhi 2012. É uma experiência fantástica e estimulante para promover a PAZ!”

 

Na categoria Estudante/Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Comunicação Social, João Moura Rocha Sobrinho, vencedor com a monografia “Nascidos para Salvar”, defendida na Universidade Federal do Ceará, diz que ganhar o Prêmio foi antes de tudo uma alegria. “Uma das minhas preocupações no último ano de faculdade era que meu trabalho de conclusão de curso tivesse de fato algum tipo de relevância, que ele não fosse simplesmente arquivado e esquecido. Acho que a conquista do prêmio mostra que o esforço empregado por mim e pelo Thiago Araújo, que também é autor do livro-reportagem, não foi em vão e pode ter ainda muitas consequências positivas.”

 

Começando na profissão de jornalista, João acredita que pode superar as dificuldades na trilha por uma Cultura de Paz, sugerindo pautas voltadas nessa linha, guiando-se pela ética, tentando compreender as implicações daquilo que é noticiado e defender, ainda que preso a todas as limitações da profissão, aqueles que são injustiçados. Aos tão jovens como ele, orienta que não se restrinjam “à simples execução de técnicas de apuração e redação” e sim busquem construir “mensagens que tenham algo de verdadeiro e correto.”

Andréa Nunes venceu na categoria Estudante/Trabalho de mídia impressa, com a matéria “Pirambu: além do que se vê”, veiculada no Jornal Sobpressão, da Universidade de Fortaleza. “Esse prêmio terá sempre um valor indescritível para mim por tudo que ele representa e pelo seu objetivo de transmitir o bem!”, afirma. Ela reconhece que para um jornalista, “promover a paz nas circunstâncias que nossa sociedade vive não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível”. Uma alternativa, arrisca, é enxergar o “lado positivo em diversas situações.”

 

E recomenda aos futuros comunicadores: “não deixem de pensar e mostrar coisas boas! Vivemos em mundo tão conturbado e divulgar somente o ‘lado ruim’ das coisas não é bom para ninguém.” Aproveita e incentiva outros colegas: “essa é a nossa oportunidade de fazer a diferença. Se inscrevam, participem e divulguem seus trabalhos para concorrer a prêmios como o Gandhi. Isso será um acréscimo na sua vida e na sua profissão.”

Também conquistaram o Prêmio Gandhi Daniel Silva Barbosa, na categoria Estudante/Trabalho de Estudante de Publicidade & Propaganda, pela Faculdade Católica do Ceará, com a campanha "Todos Iguais", para incentivar a paz nos estádios de futebol; e, na categoria Profissional/Publicidade, Marina Moraes, representando a Agência Mota Comunicação, com a Campanha Sexo Seguro.

 

O Prêmio Gandhi de Comunicação foi instituído pela Agência da Boa Notícia com o objetivo de estimular a produção de trabalhos nas áreas do jornalismo e publicidade que mostrem o que de bom a sociedade produz, gerando harmonia e transformando a vida para melhor. Na edição 2011 do Prêmio Gandhi, foram inscritos 73 trabalhos, sendo 32 de profissionais de rádio, TV, jornal impresso e publicidade; e 41 de estudantes de jornalismo e publicidade. A premiação nas categorias profissionais é de R$ 5 mil para cada autor e nas categorias de estudantes o prêmio para cada vencedor é de R$ 2,5 mil. A festa de entrega foi na última segunda-feira, no auditório Waldir Diogo, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, por ocasião do Fórum Comunicação e Paz na Natureza.

 

Do Fórum participaram a Profª Ilza Girard, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e integrante do Núcleo de Ecojornalistas/RS, como palestrante e, como debatedores, a Profª. Vládia Pinto Vidal, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará (UFC), e jornalistas Edgard Patrício (O Povo e Agência Catavento) e Maristela Crispim (Diário do Nordeste). O moderador foi o jornalista e diretor da ABN, Moacir Maia.